A loucura instalada na política brasileira

21:21 Igor Silva Guimarães 0 Comments



A eleição dessa semana para presidência da câmara dos deputados retrata de maneira clara o momento de incerteza e indefinição que se instalou na política brasileira, intensificada nos últimos dois anos.

Caracterizada por um grande número de candidatos e motivo de grande tensão para o atual governo interino do país, a eleição teve desfecho pouco provável, sendo vencida pelo candidato do DEM-RJ, Rodrigo Maia. Além das articulações políticas que levaram à vitória o candidato supracitado (situação comentada no próximo parágrafo), surpreende-me o fato de que o deputado vitorioso da eleição (e agora homem forte do legislativo nacional) é filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, que após seu último mandato, deixou o governo com níveis baixíssimos de aprovação popular, deixando um legado de dívidas e obras questionáveis para a população da cidade. Rodrigo Maia é só mais um exemplo de que mesmo políticos altamente questionáveis no âmbito regional ou nacional ainda conseguem exercer influência e se perpetuar no poder através de seus filhos (situação que com certeza voltará ao debate em algum post posteriormente).

Voltando o foco para a eleição dessa semana, digo que a loucura em que faço referência no título do post tem seu mais novo capítulo no fato de que o candidato vencedor era o candidato da denominada antiga oposição (coligação DEM, PSDB, PPS) e que nos últimos momentos ganhou o apoio surpreendente do PT, destacando-se como o principal articulador político o ex-presidente Lula (vale ressaltar que a antiga oposição é conhecida por esse termo justamente por seu papel crítico ao governo do PT, de 2002 à 2016).

Nosso momento atual é esquizofrênico no sentido de que oposição e situação se confundem, e evidenciam que os laços políticos (a tão aclamada governabilidade!) estão cada vez mais frágeis e que as traições podem ocorrer a qualquer momento (vide o desmoronamento da influência política de Eduardo Cunha). É nesse ambiente nebuloso que o governo federal tenta governar e ganhar a confiança da sociedade, ou seja, tarefa nada fácil.

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